sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

2012

Por Joana Perez

É recente, e já visto por muitos, o filme «2012» de Rolland Emmerich, autor de filmes como «O Dia da Independência», «O Dia Depois de Amanhã» ou «10.000 a.C.». Todos eles acerca de datas, de dias, de acontecimentos. Todos eles falando de uma possibilidade que não surge do nada, é sim estudada por alguém com cultura suficiente para conseguir descodificar muitas descobertas da História.

O «Livro do Apocalipse», um dos livros da Bíblia, é muitas vezes associado ao conceito do “Fim do Mundo”. A grande mensagem da obra é a “Revelação Divina” de coisas que até então permaneciam secretas a um profeta escolhido por Deus. A maior parte do livro é escrita em linguagem simbólica e, por isso, dá margem a diversas interpretações pelos diversos segmentos cristãos.

Segundo o calendário Maia, o término dos dias será a 21 de Dezembro de 2012. É deste ponto que Emmerich parte no seu filme. Outros filmes, como «Matrix» e «Knowing», também abordam este tema, de formas diferentes, mas sempre com um conceito em comum: o Homem. A máquina que o Homem inventou. O ser humano como o grande causador do fim do mundo.

O calendário Maia já terá previsto diversos acontecimentos, como a chegada do Homem branco à América. Esta última previsão, que pode ser interpretada, também, como uma grande mudança, criou uma especulação em relação a este dia. Segundo astrónomos que decidiram aprofundar o assunto, aconteceria um alinhamento da Terra com o Sol, o centro da galáxia e mais outros corpos celestes, e visto que o centro da galáxia é um buraco negro, neste dia final acabaríamos por ser engolidos.
Mas a verdade é que, do ponto de vista científico, a profecia Maia é apenas um mito. Aliás, o calendário era a forma que a civilização Maia usava para contar o que para nós serão os dias, os meses. A sua contagem era em «uinals» (20 dias), «tuns» (18 uinals ou 360 dias) e «katuns» (20 tuns ou 7200 dias). O calendário tem cerca de 5200 anos e termina em 13.0.0.0.0., que supostamente corresponderia a 21/12/2012, o último dia por eles considerado, o que, ainda assim, não prova, de forma clara, que a civilização identificasse este dia como o último, o fim do mundo.

Já em 2000 se dizia que o mundo iria acabar, que não conheceríamos o novo Milénio. Mais tarde, 6 de Junho de 2006 (6/6/6) seria o dia final…visto que marcava o “Número da Besta” (uma perspectiva religiosa).

O que é facto é que ainda cá estamos, a contribuir para o aquecimento global, o derretimento dos icebergues, a não tão lenta destruição dos nossos recursos. Foi descoberto, em meados do século XVIII, o risco da emissão de gases para a atmosfera, salientando o dióxido de carbono como um elemento que aquecia o globo terrestre. No início do século XX, já se falava no risco de aumento de temperatura, um impacto que tomaria proporções cada vez maiores. Estima-se que, neste momento, a temperatura aumente entre 1.4 e 6 graus centígrados todos os anos, em diversos locais do mundo.

Em 2006, Al Gore lança «Uma Verdade Inconveniente», alertando a população mundial para esta realidade. No ano seguinte ao lançamento do filme, foram lançadas mais de 106,000 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera; o serviço nacional de meteorologia de Moscovo prevê que este ano Dezembro receberá o dia mais quente do mês de sempre no país. A temperatura média é de 4 graus negativos, mas esta semana chegará aos 10 positivos. Estas alterações estão a afectar o património natural do país. Os ursos do zoo de Moscovo, por exemplo, não conseguirão hibernar na altura certa devido à temperatura.

As tempestades aumentaram. Estão a ocorrer com mais frequência e muito mais intensidade. Mas a água nos solos acaba por evaporar mais rápido, tornando as zonas secas ainda mais secas. Todas estas alterações provocam o aparecimento de furacões e ventos bastante fortes, capazes de destruir cidades.

Nos últimos 100 anos, o nível da água do mar subiu 25cm. No próximo século deverá subir mais cem; com o encurtamento das praias resultante deste impacto, algumas ilhas do pacífico desaparecerão. O lençol de gelo da Gronelândia está a derreter a uma velocidade assustadora. Estudiosos estimam que, em 500 anos, desapareça completamente, e estamos a falar de uma das mais extensas coberturas de gelo do globo terrestre. E a própria Terra não fica beneficiada. Só esta porção contribui em cerca de 5km para a subida do nível da água, caminhando a cada segundo para um futuro submerso.

Talvez os profetas, ou apenas os homens sábios nos quisessem alertar para isso.
Por enquanto, ficamos com bons filmes, óptimos efeitos especiais… e perspectivas nas quais somos livres de acreditar ou não.

Fontes
http://www.greenpeace.org/
http://www.aip.org/history/climate/summary.htm
http://www.climatecrisis.net/
http://www.global-warming-statistics.org/climate-change-facts.html
http://cnews.canoe.ca/CNEWS/WeirdNews/2009/12/03/12022351-ap.html

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